quinta-feira, 14 de maio de 2009


Mórbido Desejo


Conceda-me uma faca, meu Deus
Abençoada, brilhante e afiada
Que atravesse as veias, sem dó
E ao coração desate o nó
Para que fiquemos mais aconchegantes
Quando retornarmos ao pó
Quando distâncias tenderem a voltar
E onde fica a amada?
Numa alma perturbada?
Nos berços da ilusão, será?
Na solidão?
No amar?
Ouça minhas preces, Senhor!
E conceda-me a faca
Quem sabe cante eu o corte da vitória?
No final de uma dura corrida?
Quem sabe eu destroce a minha memória?
Quem sabe eu assassine o amor?
Mórbido e triste?
Puro e sem maldade!
Apenas querendo uma faca
Para matar a dor
E feridas coçar
Para cicatrizar
Queria você me querer?
Para depois sofrer?
Leve a faca querida
E em seu gume, restos de minha ferida
Para seu quarto enfeitar
E seu ar perfumar
Com o verdadeiro odor de uma coração
Podre que pode...
Podre que pede...
Sangue puro, quente e vermelho
Já olhaste, querida?
Seus olhos profundos no espelho?
Consegue ver as veias vermelhas?
E a pupila dilatada?
Que o espírito denuncia?
Seus olhos falam, sabia?
Leve, garota, a primazia
De uma veia podre jorrando sangue de ópio
Sangue de lágrimas
Faca que alivia as lástimas
E deixam lembranças de um funeral
Assim como faz uma rosa branca
No lar de uma família de ossos
Para alegrar a casa
E ilusões satisfazer
De um coração deturpado sentindo-se mal
Dentro do peito de um animal
Selvagem e mórbido?
Tá certo!
Humanamente racional!

segunda-feira, 16 de março de 2009


MEU MEDO


O medo bloqueio a minha estrada

limitou o meu espaço,acorrentou a minha alma

travou meu passo


O medo cercou minha trilha

enforcou-me no laço

calou minhas palavras, me tornou seu escravo


O medo matou dentro de mim

uma semente chamada liberdade

aquela que brota com o vento

e semeia a felicidade


O medo confinou meu ser,

nas estranhas do destino

no emaranhado como de um arame farpado,

arruinado e desprovido


O medo me condenou, me batizou

com minhas lagrimas,selou minha boca

cegou minha verdade,esfacelou meu sonho

e amordaçou a minha verdade


O medo amputou minha força

Esquartejou minha coragem

Esfaqueou meu peito...

Tornou-me um covarde


O medo escureceu meu brilho

apagou minhas estrelas

secou meu riacho

murchou minha flor

Tornou-se seu capacho


O medo quebrou o cristal polido,

estilhaçou em mil pedaços minha face

de vidro,nao sou mas eu,agora

sou apenas....



Cacos perdidos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

† Seres gothic †

Somos seres de sentimentos escuros,
Fantasmas nortunos que choram,
Pelas tristezas que os devoram,
Nos pensamentos obscuros

Nossas almas melancólicas,
Vagam pelas noites sombrias
Em busca da alegria ilusória
Perdida nas sombras exóticas.

Vida destruídas por desilusões...
Por favor não tenha medo
De uma alma que é triste e
amaldiçoada.

Trajando quase sempre luto,
Somos o estranho fruto
Do mundo feliz que não existe.